quinta-feira, 16 de junho de 2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

terça-feira, 14 de junho de 2011

(poema revisitado - de vez em quando em bom mexer/revirar/remexer nos velhos textos)

fuzarca noturna para orquestra sem piano


violino transviado
interrompe
solo de flauta
transversa

a noite traz
consigo
a erudição
dos violoncelos

a sensualidade
comedida
da violoncelista
míope

tempestade de gritos
metais agudos
caem sobre
flautins passivos

prato bissexto
prato feito
para um bumbo
histérico

sax bêbado
harpa onírica
atmosfera etílica
caoslírica

violas erotizadas
clarins maliciosos
trompas em sussurros
orgasmo explícito

piano
pianíssimo
pianissíssimo
o pianista faltou

sons enlouquecidos
anti-orquestra
sem rumo
nem partituras

puro sexo.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Saudações aos delirantes

Coletânea de poemas premiada com Menção Honrosa e classificada entre as nove melhores do Prêmio Nacional de Poesia - Cidade Ipatinga / 2010, cujo resultado está no site www.clesi.com.br. Como sempre, os vencedores serão publicados em livro.


Trancamentos


o silêncio
das bibliotecas
apavora
tanto quanto
o dos cemitérios


( ambos são silêncios
de conteúdo
trancado )


livros são sólidos
compostos por letras
mortas
que só revivem
quando abertos


mortos são
ossos indecifráveis
que só
tomam corpo
quando lembrados


gestos e memória
são coisas de vivos
ruidosos
enquanto o silêncio
é inerente aos mortos


o segredo da morte
está no silêncio
das bibliotecas
ou no trancamento
dos cemitérios?


quem nos responderá:
o coveiro de livros
ou o livreiro
dos mortos?


Deletados


aquele poema
em constante
construção


que ia
e vinha
digitalmente


de agora
em diante
não vem mais


seus estalos
não foram
salvos


foram entregues
à própria
sorte


à deriva
no cristal
líquido.


um anjo


no meu inferno
habita
um anjo
de olhos pretos
pretos
como a treva
que lhe sugere


bicho lascivo
de asas
sensuais
com lábios rubros
rubros
como o sangue
que me ferve


num inferno
que se confunde
com o paraíso
que nos serve
para a fantasia
libidinosa
que me envolve.


manhã


saudações
aos delirantes
que vazam
as noites
sem deduzir
um só dia


trapos negros
rostos sujos
nos sinais
estendem mãos
mais sujas
ainda:


moço
me dá
um troco
pra comprar
um (café)

uma pedra.


Fazeres


reflita sempre
sobre
velhos fazeres

das tripas
coração

do limão
limonada

não responda
nunca
velhas indagações

quantos paus
uma jangada?

segunda-feira, 6 de junho de 2011

ranço antigo


uma elite
acadêmica
não nos
atura

poesia livre
marginal
solta ou
alternativa

não! poeta
tem que ser
doutor em
literatura.