segunda-feira, 5 de março de 2018

Meu e-book Poesia Quase (coletânea de poemas dos anos 90 e 2000) está disponível no site da Livraria Saraiva. Confira:
https://www.saraiva.com.br/poesia-quase-10105315.html

segunda-feira, 10 de março de 2014

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

quinta-feira, 25 de julho de 2013




matador de palavras

 

 
meu amor

tinha

quinze anos

quando

morreu  do

coração

 

por isso

estes poemas

secos

sobre a mesa

 

e este doce

do sangue

das letras

de sobremesa.

quarta-feira, 24 de julho de 2013




O que é

 

o poema

pode ser

 

dois pontos

 

poema

uma vírgula

 

ou ponto

de exclamação

 

o poema

pode ser

 

um sinal

um signo

 

escorpião.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Abaixo o meu conjunto de poemas ganhador do 10º Prêmio Nacional de Poesia – Cidade Ipatinga 2012:

Crônicas breves sobre coisas quase palpáveis




I - Dos dias



segunda-feira


segundo darwin

neste dia

(após descansar

no domingo)

deus desistiu

da sua criação

perfeitinha

e deixou que

as espécies

evoluíssem

por sua

conta

e risco.



terça-feira



dia mais

charmoso

da semana



quando acaba

o transe

e começa



o real

imaginário.



quarta-feira



intervenção

no diário



lâmina de

corte seco



intermediário.



quinta-feira



premonição

do fim

em breve



nascente

poente

de um sol



presdigitado.



sexta-feira



horas

lentas

pessoas

voam



carros

passam

lugares

fecham



vapores

alcoólicos

na camada

de ozônio.



II - Da metrópole



solidão

construtivista

geometrias

assexuadas



avenidas

desertos

sentimentos

terremotos



totens

urbanos

ícones

sob o sol



cinema

suspense

batom

sangrento



bandido/herói

travestis

lâmina com

lâmina



sombras

vorazes

um corpo

que cai



a marca

do zorro

sujeito

oculto



tatuado.



III - De ninguém



neste mundo

de trevas

e tremores



não há povo

que fale

a minha língua



ou entenda

a minha

escrita



nenhuma tribo

que dance

o meu batuque



nenhum pajé

que reze aos

meus deuses



estou sozinho

enquanto ergo

meus totens



em vão

na extensa nudez

das planícies.




IV - Do furto



no povoado cinza

arruinado pelo silêncio

e pela solidão

viveu o poeta blefe

que ganhou fama

e falsa notoriedade

no mundo das letras



no cemitério branco

sobre a colina seca

descansa em paz

o poeta blefe

que furtava sentimentos

de outros poetas já mortos

para construir sua obra



naquele túmulo opaco

o conjunto de ossos

corcomidos

é a sobra da história

do poeta blefe

construída às custas

dos versos de outros



quem passa por aqui

fugindo do destino

ou em busca de silêncio

visita o túmulo imutável

e sempre se indaga sobre

o que levaria um homem

a surrupiar sentimentos



de poetas já mortos.



V – Da infância



nos objetos

da casa

a sensação

de ruídos



a tristeza

imediata

no tormento

que nos

varre



feito o tiroteio

heróico

atrás das cancelas

dos meus

oito anos



ruína sob

ruína

a memória

constrói sua

história torta



ruína sob

ruína

a canção

do exílio

se encerra.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Vento na cara




vento
no plano
é coisa solta
açoita
a cara
dispara


vento
no concreto
é coisa presa
engarrafada
quando liberto
escancara