Predador e presa
felino fêmea
faz um risco
de treva
feito flecha
no amarelo
solar
da savana
talvez leoa
ou leoparda
pantera negra
que seja
seu corpo
lânguido
sensualíssimo
me seduz
como se
eu fosse
a presa.
terça-feira, 22 de março de 2011
segunda-feira, 14 de março de 2011
domingo, 13 de março de 2011
Abaixo, outro texto poético dos anos 90 que gosto muito. Não se importem, pois algumas pessoas aí já morreram. É a vida!
O caçador de abstratos
Cotidianamente rezo um rosário de palavrões. ( Que vá à merda ). Cássia Eller no digital. Diz a crítica: ( Cago. Ando. Cago ) ela está melhor. O telefone mudo. A voz muda. Estamos todos meio afônicos. Síndrome de bossa nova. Somos todos infelizes, disse Machado em suas memórias póstumas. Um grupo inglês sombrio à luz do dia. Pós modernos nos postamos melancólicos. Cotidianamente rezo um rosário de tesões. Sheilas nuas num out-door.
Estou sempre aflito. Me grito. Me calo. ( Falo ). Desesperado. Acho que vou destruir algo. Talvez todos os meus escritos. Lírico abandonado. Romântico desinspirado. A rima foi um simples acaso. Detesto rimas. Detesto vídeo games. Detesto alguns sites na internet. Detesto tudo aquilo que não sei manusear. Por isto este barco à deriva? Por isto esta raiva absurda? Somos todos absurdos, disse Beckett antes de Malone morrer. Esperamos por Godot. Mas quem aparece é Godard. Diz a crítica: ( Cago. Ando. Cago ) ele está pior. Cotidianamente crio um rosário de caos. Objetos. Ereções. Angulações concretas. Retas. David Byrne toca samba. As luzes da cidade me apavoram. Prefiro a tranquilidade grotesca das trevas. O olhar opaco de um Borges.
João Cabral de Melo Neto levou para o escuro eterno a sua visão periférica. Memórias do presente um minuto atrás. O passado um segundo à frente.
Um poema que parte o vidro. É disto que eu preciso. Não é nada disso. Parte-se o tempo. Somos todos frios, diz um escritor eurocomunista em extinção. Estamos fervendo. Ficando loucos. Globalizando-se. Estamos assim há vários anos. Talvez seja este o nosso prazer.Buscamos a forma. Desistimos da fama. O conteúdo, mesmo que seja em vão. Egos com creme de leite nacional. Os homens se tornam cyborgs. Mas sempre terão alma. Ou então uma arma. Já que tudo é tão concreto. Sempre. Tudo indica que continuaremos em fuga. Sempre. Blade Runner caça agora os abstratos.
O caçador de abstratos
Cotidianamente rezo um rosário de palavrões. ( Que vá à merda ). Cássia Eller no digital. Diz a crítica: ( Cago. Ando. Cago ) ela está melhor. O telefone mudo. A voz muda. Estamos todos meio afônicos. Síndrome de bossa nova. Somos todos infelizes, disse Machado em suas memórias póstumas. Um grupo inglês sombrio à luz do dia. Pós modernos nos postamos melancólicos. Cotidianamente rezo um rosário de tesões. Sheilas nuas num out-door.
Estou sempre aflito. Me grito. Me calo. ( Falo ). Desesperado. Acho que vou destruir algo. Talvez todos os meus escritos. Lírico abandonado. Romântico desinspirado. A rima foi um simples acaso. Detesto rimas. Detesto vídeo games. Detesto alguns sites na internet. Detesto tudo aquilo que não sei manusear. Por isto este barco à deriva? Por isto esta raiva absurda? Somos todos absurdos, disse Beckett antes de Malone morrer. Esperamos por Godot. Mas quem aparece é Godard. Diz a crítica: ( Cago. Ando. Cago ) ele está pior. Cotidianamente crio um rosário de caos. Objetos. Ereções. Angulações concretas. Retas. David Byrne toca samba. As luzes da cidade me apavoram. Prefiro a tranquilidade grotesca das trevas. O olhar opaco de um Borges.
João Cabral de Melo Neto levou para o escuro eterno a sua visão periférica. Memórias do presente um minuto atrás. O passado um segundo à frente.
Um poema que parte o vidro. É disto que eu preciso. Não é nada disso. Parte-se o tempo. Somos todos frios, diz um escritor eurocomunista em extinção. Estamos fervendo. Ficando loucos. Globalizando-se. Estamos assim há vários anos. Talvez seja este o nosso prazer.Buscamos a forma. Desistimos da fama. O conteúdo, mesmo que seja em vão. Egos com creme de leite nacional. Os homens se tornam cyborgs. Mas sempre terão alma. Ou então uma arma. Já que tudo é tão concreto. Sempre. Tudo indica que continuaremos em fuga. Sempre. Blade Runner caça agora os abstratos.
quarta-feira, 9 de março de 2011
segunda-feira, 7 de março de 2011
Um poema velho com jeito de "novo" (do meu livreto inédito Texto Selva", lá dos anos 90):
sólidos para artes plásticas
signos
cores
grafias
sentido plural.
ossos
tecidos
sedimentos
tela fóssil.
acrílica sobre
madeira
podre
poema reciclado.
óleo
areia
pigmentos
vanguarda acadêmica.
ferro. aço.
ferro. fibra.
ferro. plástico.
subjetivos industriais.
estruturas
construções
metais
guindaste estético.
fios sintéticos
cizal moldando
argila
mãos didáticas.
resina
terra
grafite
camadas nervosas.
dejetos
detritos
lixo diário
essência orgânica.
cão morto
sobre
tela
composição/decomposição.
sólidos para artes plásticas
signos
cores
grafias
sentido plural.
ossos
tecidos
sedimentos
tela fóssil.
acrílica sobre
madeira
podre
poema reciclado.
óleo
areia
pigmentos
vanguarda acadêmica.
ferro. aço.
ferro. fibra.
ferro. plástico.
subjetivos industriais.
estruturas
construções
metais
guindaste estético.
fios sintéticos
cizal moldando
argila
mãos didáticas.
resina
terra
grafite
camadas nervosas.
dejetos
detritos
lixo diário
essência orgânica.
cão morto
sobre
tela
composição/decomposição.
quarta-feira, 2 de março de 2011
Abaixo um poema do poeta/jornalista, amigo e parceiro de peripécias
Wir Caetano:
Guimba Underground
(Pra Rubinho Troll)
Freud morreu de câncer
do tabaco dos defuntos
detonou o próprio ego
na piscina dos pés juntos
Freud engoliu tabaco
só por desejá-lo muito
como quem deseja a mãe
dos vivos e dos defuntos
Freud morreu mamando
o tabaco lá no fundo
como abraço de um amigo
que dá um mamilo junto
Wir Caetano:
Guimba Underground
(Pra Rubinho Troll)
Freud morreu de câncer
do tabaco dos defuntos
detonou o próprio ego
na piscina dos pés juntos
Freud engoliu tabaco
só por desejá-lo muito
como quem deseja a mãe
dos vivos e dos defuntos
Freud morreu mamando
o tabaco lá no fundo
como abraço de um amigo
que dá um mamilo junto
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