quarta-feira, 20 de abril de 2011

(51 anos de Brasília)

Epílogo brasiliense


a cidade morre
no domingo
mais estranha
do que tensa

pombos devoram
restos de civilização
em vias desertas
transversais

o silêncio paira
na gravidade
dos subterrâneos
sem homens

sons do vazio
reverberam
imagens do nada
nos edifícios

melancolia fria
sobre a geometria
que se encerra
em ângulos retos

tudo se finda
um sol estúpido
estanca a liquidez
da tarde.

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