terça-feira, 14 de junho de 2011

(poema revisitado - de vez em quando em bom mexer/revirar/remexer nos velhos textos)

fuzarca noturna para orquestra sem piano


violino transviado
interrompe
solo de flauta
transversa

a noite traz
consigo
a erudição
dos violoncelos

a sensualidade
comedida
da violoncelista
míope

tempestade de gritos
metais agudos
caem sobre
flautins passivos

prato bissexto
prato feito
para um bumbo
histérico

sax bêbado
harpa onírica
atmosfera etílica
caoslírica

violas erotizadas
clarins maliciosos
trompas em sussurros
orgasmo explícito

piano
pianíssimo
pianissíssimo
o pianista faltou

sons enlouquecidos
anti-orquestra
sem rumo
nem partituras

puro sexo.

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